Por Ricardo Barbosa
Sou de uma geração que ouviu falar muito sobre santidade. Na minha juventude havia uma preocupação sincera com a necessidade de se viver uma vida santa. Livros como “Em Seus Passos o Que Faria Jesus?” e a constante pergunta se Jesus faria o mesmo no meu lugar funcionavam como uma forma de freio moral. A luta contra os três grandes inimigos da santidade -- o diabo, o mundo e a carne -- era levada a sério. A vontade de resistir-lhes era grande. A luta era incansável.
A busca pela santidade trouxe, para muitos, um tipo de paranoia, uma preocupação com a “perfeição” moral que negava o prazer. Isto levou alguns a abandonarem a fé, a fim de preservar a sanidade. Outros, sem abandoná-la, tornaram-se cínicos em relação ao discurso moralista cristão. As mudanças sociais dos anos 60 e 70 questionaram a herança cristã vitoriana, promovendo uma mudança de paradigmas.